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O despertar de uma nova consciência

por Julie Soares
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Vivemos em um mundo onde a violência, os conflitos, as guerras, a destruição do meio ambiente e os maus tratos aos animais são fatos comuns. A mente humana, apesar de ser dotada de grande inteligência e capacidade de compreensão do ambiente e das experiências da vida, está mergulhada em uma insanidade coletiva.

O medo, a cobiça e o desejo de poder são os principais fatores motivadores desse comportamento doentio. Essa distorção na interpretação das situações tanto coletivas como pessoais, na tentativa de suprir uma necessidade interior de alcançar mais, sem limite, traz um eterno desejo de insatisfação.

Diante desse cenário, é necessário buscar uma nova forma de enxergar e viver a realidade, transcender as limitações impostas pelo ego e encontrar a paz interior tão almejada. É nesse contexto que surge a obra “O Despertar de uma Nova Consciência”, do autor Eckhart Tolle, que explora a capacidade humana de acessar seu lado essencial através do estado de presença.

Consciência e Presença

Despertar de uma nova consciência é um livro que nos leva a explorar a nossa capacidade de acessar o nosso lado essencial (de essência) por meio do estado de presença. O autor apresenta a contemplação como uma habilidade que nos permite perceber a essência em todos os seres e elementos da natureza, entendendo eles que fazem parte de nós mesmos, como uma extensão.

O autor nos convida a transcender as limitações impostas pelo ego e a desenvolver uma nova forma de perceber e viver a realidade. Neste artigo, vamos explorar os principais conceitos do livro, analisando como eles podem nos ajudar a despertar para uma nova realidade de paz e plenitude.

O Ego e a Necessidade de Mudança

O distúrbio está na realidade interior de todos os seres humanos, e não haverá mudança externa sem essa mudança de consciência dentro de cada um. De nada adiantam tentativas de mudança da realidade externa, por mais que seus ideais sejam nobres, enquanto não for levado em conta esse modelo de distúrbio coletivo que todo humano traz em si: o ego. 

O distúrbio da mente humana egóica foi identificado há mais de 2.500 anos pelos antigos sábios e pela primeira vez é um risco à sobrevivência do planeta. A necessidade de uma transformação da consciência se faz necessária para todos, independentemente de formação religiosa e cultural.

No livro, o autor destaca a importância da transcendência do ego para a expansão da consciência. Ele afirma que o ego se identifica com as formas, sejam elas físicas, emocionais ou de pensamento, o que gera uma desconexão com nossa origem mais profunda. 

A mudança na forma de pensar não é suficiente para alcançar a verdadeira transformação, mas sim a transcendência dessas formas. Nesse sentido, a obra propõe um caminho para a descoberta do ser interior e a conexão com a unidade que existe em todos nós.

A Transcendência dos Papéis Sociais

O autor afirma que Interpretamos papéis o tempo todo em nosso cotidiano, e sempre que nos identificamos com esses papéis, estamos inconscientes. Podemos estar caminhando para nossa consciência a partir do momento que abrimos mão desses papéis para nos entregarmos a um estado de aparente confusão sobre quem realmente somos.

Usar um pensamento para nos definir é algo que nos limita: o homem bruto, a pessoa “culta”, a mulher sedutora. Quando não interpretamos papéis, não há ego no que estamos fazendo, e a força de nossas ações e presença será muito maior e mais verdadeira.

As emoções e o ego: a influência das emoções na construção da identidade

O ego vai além de uma mente não observada ou a voz que está na cabeça. Ele integra também as emoções que não observamos no dia-a-dia. Quando estamos com nossos pensamentos desajustados, isso reage em nosso corpo com emoções negativas. 

A mente conta ara o corpo uma história na qual ela acredita e o corpo tem uma reação, que vem das emoções. Juntando pensamento com as emoções, temos o resultado que dependerá sempre das emoções que nutrimos.

As emoções, como já estão condicionadas, têm uma reação que muitas vezes é controvertida. Elas estão no inconsciente, logo,  em uma situação semelhante ou parecida, as emoções terão uma reação equivocada, pois agiram como um julgador que não selecionou a reação que iria ter. São originadas de condicionamentos do passado, como por exemplo, a sua mãe podia dizer: “Não devemos confiar nos homens” por experiência negativa que ela possa ter tido.

Assim, são geradas atividades mentais ou reações instantâneas que criam a realidade pessoal. Não é preciso dizer o quanto a voz do ego nos perturba diariamente, se deixarmos. Nós nos sentimos ameaçados pela mente, porque existe um ego vinculado ao corpo que não pode fazer nada além de reagir a todos padrões desajustados do pensamento que constituem o ego.

Emoções negativas são aquelas que são tóxicas para o nosso corpo e interferem no equilíbrio e funcionamento harmonioso dele. São elas: raiva, ansiedade, medo, tristeza, ressentimento, rancor, desgosto intenso, ciúme, inveja, infelicidade de um modo geral e todas as emoções que afetam o fluxo da energia no corpo, afetando o sistema imunológico, incluindo os hormônios. Todas essas emoções podem contaminar as pessoas que temos contato, caso elas estejam despreparadas para se defender.

Já as emoções positivas, é claro que vão nos beneficiar muito mais, porém devemos diferenciá-las das emoções geradas pelo ego. Por exemplo, confundir possessividade e apego com amor, que pode se transformar em ódio em questão de segundos. 

Elogios nos fazem sentir felizes num dia e no outro dia quando nos sentimos criticados, já entramos numa energia negativa. Aí que entra o ego. Ele depende das circunstâncias e dos acontecimentos para ficar bem ou mal. As emoções que o ego produzem são uma identificação com fatores externos, que são instáveis e mudam a qualquer momento. 

Já as emoções profundas serão um estado do Ser, são mais verdadeiras e íntimas, pois emanam do nosso interior, como sentimentos de amor, alegria e paz. São decorrentes da nossa natureza verdadeira.

O Corpo de Dor e a Importância da Presença

O ego patológico traz separação, e a separação traz sofrimento. Tomar conhecimento de pensamentos destrutivos e negativistas, testemunhar essas emoções e reações sem perdermos a presença consciente de quem realmente somos, sem nos deixarmos levar por esses estados de ânimo é o caminho para a paz e felicidade, afirma Tolle.

Na grande maioria das pessoas, quase todos os pensamentos costumam ser involuntários, automáticos e repetitivos. Não pensamos, o pensamento é que acontece em nós. É um verdadeiro domínio da mente sobre a humanidade, que deixou de ser capaz de reconhecer a entidade que se apossa de nós. Pensar não é mais do que um minúsculo aspecto da totalidade da consciência, de quem somos.

Nosso corpo físico tem inteligência própria, e essa inteligência reage ao que a mente diz, aos pensamentos. Portanto, a emoção é a resposta do corpo à mente. Embora o corpo seja muito inteligente, ele não consegue diferenciar uma situação real –  isto é, uma exposição a um perigo real e iminente – de um pensamento, uma situação ilusória criada pela mente.

Para o corpo, um pensamento preocupante, assustador, corresponde a “Estou em perigo”, e ele responde à altura, embora a pessoa que esteja pensando isso possa estar deitada numa cama quente e confortável. Existirá toda uma reação fisiológica àquele pensamento: o coração bate mais forte, os músculos se contraem e a respiração acelera. Forma-se um acúmulo de energia, mas como a situação de perigo é uma ficção mental, a energia não flui. Parte dela retorna à mente, gerando pensamentos ainda mais ansiosos. O resto dessa energia se converte em toxinas e interfere no funcionamento harmonioso do corpo.

O corpo de dor é uma energia semi-autônoma que vive dentro da maioria dos seres humanos, uma entidade constituída de emoção. Assim como todas as formas de vida, o corpo de dor precisa se alimentar com regularidade, e os pensamentos negativos são compatíveis com sua vibração energética. 

O corpo de dor é viciado em infelicidade. Ter consciência desse estado de dependência da desgraça em nossas vidas e não alimentar esse corpo de dor só será possível com um constante estado de presença no agora. A vida é sempre o Agora.

Conclusão

Em síntese, o livro “O Despertar de uma Nova Consciência” de Eckhart Tolle traz uma abordagem profunda sobre a natureza da mente humana e sua relação com a consciência e o ego. 

O autor apresenta a urgência de uma transformação de consciência, na qual as pessoas devem transcender seus pensamentos e identificações com papéis e formas sociais para encontrar sua verdadeira essência e viver no momento presente.

Tolle destaca a importância da presença consciente como forma de superar os pensamentos negativos e limitantes que levam ao sofrimento humano. Ele afirma que a mente não é a única fonte de inteligência e que o corpo também possui uma inteligência própria, que reage aos pensamentos e emoções.

Além disso, o autor enfatiza a necessidade de uma mudança interna para que haja uma mudança externa na sociedade, uma vez que os principais fatores motivadores do comportamento doentio humano são medo, cobiça e desejo de poder, que derivam do ego e da falta de percepção da unidade de todos os seres.

Portanto, o livro de Tolle é uma leitura importante para aqueles que buscam compreender a natureza da mente humana e a importância da consciência e da presença no momento presente para alcançar a verdadeira felicidade e paz interior. É uma obra que pode ajudar na transformação pessoal e coletiva, levando a um futuro mais saudável e equilibrado para a humanidade e para o planeta.

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